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Brasil

Surto de Marburg: OMS atualiza avaliação de risco da doença; entenda

Monitoramento continua na Guiné Equatorial e na República Unida da Tanzânia; último caso foi data de abril nesses países

Publicada em 10/05/2023 às 09:39h - 8985 visualizações

Por Renata Okumura


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Surto de Marburg: OMS atualiza avaliação de risco da doença; entenda
Trabalhadores borrifam desinfetantes durante surto mortal de febre hemorrágica de Marburg em Uige, no norte de Angola  (Foto: Stringer/Reuters )

Diante do registro de surto do vírus de Marburg - letal e da mesma família do Ebola - na Guiné Equatorial e na República Unida da Tanzânia, decretado no início de fevereiro e fim de março, respectivamente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta segunda-feira, 8, que continua monitorando de perto a situação nos dois países africanos.

Conforme a OMS, as autoridades de saúde de ambos os países demonstraram um forte compromisso político. “Nas últimas semanas, eles fortaleceram ainda mais as funções críticas de resposta, como vigilância de doenças, inclusive nos pontos de entrada; atividades laboratoriais; gestão de casos clínicos; prevenção e controle de infecções; comunicação de riscos e envolvimento da comunidade; e apoio operacional e logístico com apoio da OMS e parceiros”, afirmou a entidade.

Em março de 2023, a OMS já avalia o risco à saúde pública representado pelos surtos na Guiné Equatorial e na República Unida da Tanzânia como muito alto em nível nacional, moderado em abrangência regional (África) e baixo para o risco global.

A doença de Marburg causa febre hemorrágica, com taxa de letalidade de até 88%, de acordo com a OMS, o que faz dele um dos vírus mais mortais do mundo. O quadro começa abruptamente, com febre alta, dor de cabeça e mal-estar intensos.

Guiné Equatorial

Desde a declaração do surto em 13 de fevereiro deste ano na Guiné Equatorial, um total de 17 casos foram confirmados, além de outros 23 prováveis, conforme foram relatados até 1º de maio. Entre os casos confirmados por laboratório, foram registradas 12 mortes. Para um caso confirmado, porém, o resultado da doença ainda é desconhecido. Com relação a todos os casos prováveis, não houve sobreviventes.

Cinco distritos (Bata, Ebebiyin, Evinayong, Nsok Nsomo e Nsork) em quatro das oito províncias do país (Centro Sur, Kié-Ntem, Litoral e Wele-Nzas) relataram casos confirmados ou prováveis da doença. Segundo a OMS, o distrito mais afetado é Bata, na província do litoral. No país africano, o último caso confirmado foi relatado em 20 de abril. A maioria envolve o sexo feminino, sendo a faixa etária mais afetada entre 40 e 49 anos.

Entre os casos confirmados, quatro se recuperaram. “Não há casos confirmados no centro de tratamento, desde a alta mais recente de um paciente em 26 de abril. Isso eleva o total de sobreviventes para quatro desde que o surto foi declarado”, afirma a OMS.

“Entre os casos relatados, muitos estão vinculados a uma rede social ou por proximidade geográfica, no entanto, a presença anterior de casos e/ou grupos em vários distritos sem vínculos epidemiológicos claros pode indicar a transmissão não detectada do vírus”, acrescenta a entidade.

A OMS afirma que continua apoiando o Ministério da Saúde do país no treinamento e supervisão de apoio das atividades de vigilância, incluindo investigação de casos e rastreamento de contatos e coordenação com unidades de saúde para vigilância ativa.

“Também desenvolveu uma lista de verificação de prontidão para ajudar os países vizinhos a avaliar seu nível de prontidão e identificar possíveis lacunas e ações concretas a serem tomadas em caso de qualquer possível surto de filovírus, incluindo o Marburg”, afirmou a OMS.

O centro de alerta desenvolvido pelo Ministério da Saúde local, com o apoio da OMS, está operacional. No entanto, o nível diário de alertas relatados permanece baixo, de acordo com a entidade.

República Unida da Tanzânia

Entre 16 de março e 30 de abril deste ano, na República Unida da Tanzânia foram relatados nove casos, incluindo oito casos confirmados, sendo o último em 11 de abril. Entre as seis mortes relatadas, incluindo um caso provável e cinco entre os casos confirmados. Entre os casos confirmados, três se recuperaram. Todos os casos foram relatados no distrito de Bukoba, região de Kagera. O surto foi declarado em 21 de março.

Na República Unida da Tanzânia, todos os casos são relatados no distrito de Bukoba. A idade dos casos variou de 1 a 59 anos (mediana de 35 anos), sendo o sexo masculino o mais acometido, diferentemente do perfil na Guiné Equatorial. O último caso confirmado foi relatado em 11 de abril.




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